O fim dos "Evangélicos" ?
O presente artigo visa desmascarar a lenda de que “crescem” as seitas protestantes, evangélicas, crentes, ou seja lá como gostam de serem chamadas.
Presidente da sociedade teológica evangélica retorna à Igreja Católica:
WASHINGTON DC, 08 Mai. 07 (ACI).- Francis Beckwith renunciou esta semana a seu cargo de Presidente da Sociedade Teológica Evangélica (ETS). O motivo: retornou à Igreja a Católica onde cresceu e que abandonou para abraçar o protestantismo. Beckwith relata que começou sua volta à fé em que cresceu, quando decidiu ler alguns bispos e teólogos dos primeiros séculos da Igreja. “Em janeiro, por sugestão de um amigo querido, comecei a ler os Padres da Igreja assim como alguns trabalhos mais sofisticados sobre a justificação em autores católicos. Comecei a convencer-me que a Igreja primitiva é mais católica que protestante e que a visão católica da justificação, corretamente compreendida, é bíblica e historicamente defensável”. Por isso, em 28 de abril passado recebi o sacramento da Confissão”. Veja a notícia
Igreja Católica para de perder fiéis no Brasil:
Para a desgraça geral dos evangélicos, mais recentemente, pouco antes da vinda do Papa Bento XVI, em 2007, a Fundação Getúlio Vargas divulgou em pesquisa, que: A Igreja Católica parou de perder fiéis no Brasil. Na década de 1990, o número diminuía cerca de 1% a cada ano. A partir de 2000, não houve mais queda. Veja a notícia
As pesquisas do IBGE acontecem a cada 10 anos, veja que contrariando a falsa notícia de que o número de católicos é cada vez menor, provamos que o número de católicos, é, e sempre foi, cada vez maior que na pesquisa da década anterior, confira:
Segundo o IBGE, em 1940 no Brasil havia 39,2 Milhões de católicos; em 1950, 48,6 Milhões; em 1960, 65,3 Milhões; em 1970, 85,5 Milhões; em 1980, 105,9 Milhões; em 1991, 121,8 Milhões; em 2003, 139,24 Milhões. Este é todo compêndio de pesquisas feita desde 1940 pelo IBGE. (Fonte: IBGE).
Nos USA cai vertiginosamente o número de evangélicos e cresce o de católicos:
Um estudo feito pelo instituto Gallup indicou que, desde a Segunda Guerra Mundial, o número de católicos subiu de 20% para 27% da população norte-americana, enquanto os protestantes diminuíram de 69% para 59% e os judeus caíram de 5% para 1%.>>Veja a notícia
O número de católicos nos Estados Unidos ultrapassa o de evangélicos no Brasil:
No maior país evangélico do mundo, que são os Estados Unidos, os católicos lá, conta 66 milhões e 400 mil católicos, com um incremento anual de 2%, índice igual ao crescimento demográfico. Este número é quase três vezes o número de evangélicos aqui no Brasil, e nunca os católicos, pilheriaram dizendo que os Estados Unidos são uma “nação católica”. (Fonte:Veja a notícia )
O papa João Paulo fez crescer o número de católicos no Brasil e no mundo:
Veja a evolução do número de católicos no Brasil e no mundo, conforme dados da ONU e IBGE: quando João Paulo II iniciou seu pontificado, a Igreja Católica tinha 757 milhões de católicos, ao fim de seu pontificado tem 1 Bilhão e 98 milhões de católicos. Nos Estados Unidos o número de Católicos saltou para 74 milhões (esse número é quase três vezes maior que o número de evangélicos no Brasil). No Brasil, quando o Papa João Paulo II assumiu, em 1978, tinha 85,5 milhões, agora tem 125 milhões de católicos. O Papa ampliou a presença da Igreja de 110 para 180 países. (Fontes: IBGE, ONU).
Outra notícia espetacular acaba de ser divulgada:
Cresce número de católicos no mundo: Veja a notícia
Escândalos de padres desviados não afastam fiéis nos Estados Unidos. A Igreja Católica cresce e o protestantismo definha:
Noticiou o jornal O Correio: Os vários casos de padres pedófilos não interromperam o aumento na quantidade de fiéis da Igreja de Roma nos Estados Unidos. Segundo dados do Vaticano, o país tem hoje mais de 74 milhões de católicos. Um estudo feito pelo instituto Gallup indicou que, desde a Segunda Guerra Mundial, o número de católicos subiu de 20% para 27% da população norte-americana, enquanto os protestantes diminuíram de 69% para 59% e os judeus caíram de 5% para 1%.
Diz site evangélico: “Há algo errado com o povo chamado evangélico”
Outro site evangélico questiona: “o que aconteceu com os evangélicos?”
Quando Paulo Romeiro escreveu ‘Evangélicos em Crise’ em meados da década de 90, ele apenas tocou em uma das muitas áreas em que o evangelicalismo havia entrado em colapso no Brasil: a sua incapacidade de deter a proliferação de teologias oriundas de uma visão pragmática e mercantilista de igreja, no caso, a teologia da prosperidade. Fica cada vez mais claro que os evangélicos estão atualmente numa crise muito maior, a começar pela dificuldade – para não falar da impossibilidade – de ao menos se definir hoje o que é ser evangélico. (Augustus Nicodemus Lopes). Veja a notícia
Católicos partem para ser maioria na Inglaterra
LONDRES, 2007-02-16 (ACI).- Os católicos no Reino Unido aumentam cada dia mais, devido à intensa imigração dos últimos anos, sobre tudo dos países do leste europeu como a Polônia, e poderiam chegar a superar o número de anglicanos no país. Assim o assinala um relatório do instituto Von Hugel, de Cambridge, que foi publicado ontem no jornal The Times, segundo o qual as paróquias católicas vêem crescer fortemente o número de fiéis. Enquanto em alguns lugares, a Igreja Católica respondeu positivamente a esse fenômeno, em outros se viu “afligida” pela magnitude do desafio que representa a maciça afluência de novos fiéis, explica o relatório.Veja a notícia
Grupo de anglicanos solicita ingressar “em massa” à Igreja Católica: Veja a notícia
Luteranos finlandeses querem voltar ao catolicismo:
Os Luteranos finlandeses manifestaram a intenção de fazer parte da Igreja Católica. Após o apelo à unidade lançado por Bento XVI na sua primeira viagem do Pontificado, a Bari, o Bispo luterano de Helsínquia explicou que a verdadeira intenção de Martinho Lutero “não era fundar uma nova Igreja, mas renová-la”.
D. Eero Huovinen, que também participou no Congresso Eucarístico Nacional Italiano de Bari, afirmou à Agência Ecclesia que “nós, os Luteranos finlandeses, queremos fazer parte da Igreja Católica de Cristo”, numa declaração de intenções que poderá ter consequências nos próximos tempos.
Uma delegação desta Igreja visita todos os anos o Vaticano por ocasião da Festa de S. Henrique, patrono do país. “Junto com os irmãos e irmãs católicos, rezamos para poder ser uma só carne em Cristo”, conclui D. Huovinen, líder da Igreja a que pertencem cerca de 85% dos finlandeses. Fonte: Jaime Francisco de Moura – CN em 26 Maio de 2005./Zenit/.Veja a notícia
Converte-se ao catolicismo o maior espalhador de calúnias contra a Igreja:
Dr. Scott Hahn ex-pastor presbiteriano, hoje é professor na Franciscan University of Steubenville – Ohio. Tornou-se um dos maiores pregadores católicos dos EUA. Ele foi um ferrenho aliciador de jovens católicos para o protestantismo, tendo distribuído inúmeras cópias do livro Roman Catholicism, de Loraine Boettner , conhecido como a bíblia do anti-catolicismo, mais de 450 páginas contendo todo o tipo de distorções e mentiras sobre a Igreja Católica. O cd do seu testemunho de conversão atingiu o maior número de cópias distribuídas em todos os tempos. O seu testemunho pode ser acessado pelo site: www.chnetwork.org/scotthconv.htm ou em português no site:Veja a notícia
Grande grupo de pastores se converte ao catolicismo:
A revista norte-americana Sursum Corda Special Edition 1996, noticiou que nos últimos anos, cinqüenta pastores protestantes se converteram ao Catolicismo, sendo que outros mais estão a caminho da Igreja Católica. O artigo respectivo, da autoria de Elizabeth Althau, tem por título Protestant Pastors on the Road to Roma, (pp. 2-13).
Alan Stephen Hopes, “ex-pastor” e “bispo” Anglicano, convertido ao Catolicismo, foi nomeado Bispo auxiliar de Westminster por João Paulo II, após ter sido padre por vários anos. (Para ver os testemunhos destes “ex-pastores” e outros mais, leiam o livro: “Por que estes ex-protestantes se tornaram Católicos”. Editora ComDeus – São José dos Campos.
TV católica está convertendo os norte-americanos:
Marcus Grodi – ex-pastor presbiteriano convertido ao catolicismo, nos Estados Unidos, tem um programa às segundas-feiras, às 20h, na televisão EWTN (católica) com uma ótima audiência, no qual sempre entrevista um ex-protestante convertido. Muitos ligam durante o programa para perguntar algo e terminam dizendo que já estão se convertendo. Saltou para 74 Milhões o número de católicos nos Estados Unidos, esse número é quase três vezes maior que o de evangélicos no Brasil.
Para constatar a corrida dos evangélicos para a Igreja Católica de Jesus Cristo, consulte o Livro: “Porque estes ex-protestantes se tornaram católicos! “ Autor: Jaime Francisco de Moura Editora COMDEUS Págs: 52-54.
Essa foi ótima:
Ex-protestante convertido aponta 150 razões por ter virado católico: Veja a notícia
Outra notícia maravilhosa: Igreja Pentecostal Maranata decide se tornar católica:
Acesse: Veja a notícia , e veja os testemunhos fantásticos do pastor, de sua família e dos ex-protestantes dessa igreja, que viraram católicos depois de descobrir qual a verdadeira igreja de Cristo.
Em meio a estas notícias espetaculares para os católicos, os sites evangélicos confessam:
Igrejas evangélicas “pedem socorro”, com tanto “pastor” pornográfico.
Veja a notícia “64% dos pastores evangélicos e evangélicos são pornográficos e 25% são adulteros:
Patrick Means, em seu livro Men’s Secret Wars (As Guerras Secretas dos Homens), numa pesquisa entre os “evangélicos” destaca: 64 por cento dos “pastores evangélicos” e leigos têm problemas com vício sexual, inclusive pornografia e outras atividades sexuais secretas. Especificamente, 25 por cento confessaram ter cometido adultério depois de casados e depois de se tornarem “evangélicos”. Diz o Artigo de Julio Severo, no site evangélico: Veja a notícia
Na Europa e nos USA já estão vendendo as igrejas evangélicas:
Já aflorou até uma liquidação de venda de igrejas protestantes. Na páginahttps://www.property.org.uk/unique/ch.html é possível ver várias. Algumas já foram convertidas em residências particulares ou hotéis.
Na Suécia, Dinamarca, Grã-Bretanha, Alemanha e Holanda, dezenas de templos protestantes, foram convertidos em bancos, supermercados, museus e repúblicas estudantis em razão da perda de fiéis e dos escassos meios econômicos.
Enquanto isso, o Islã espera converter-se na segunda religião na próxima década, logo atrás do Catolicismo. As confissões alemãs precisam de dinheiro para manter sua burocracia; no entanto, este dinheiro torna-se escasso em razão da diminuição de fiéis e paralisação econômica, fatores que repercutem no chamado imposto religioso, isto é, uma quantidade que o Estado retira dos cidadãos e repassa para a igreja a que pertence cada contribuinte. Por isso, os pastores têm optado pela venda dos templos. Na Alemanha, berço do protestantismo, 50% dos alemães já não crêem em Deus. (Fontes consultadas: La Razón – 21.01.2004), (Instituto Emnid), (Popular/Quentinhas do site Terra 31/01/2006).
Depois de experimentar o enxofre das seitas, como o filho pródigo, voltam os dispersos a casa do Pai.
Proximidade de Deus transforma as realidades mais dolorosas, recorda Bento XVI
A HAIA, 05 Out. 11 / 02:58 pm (ACI)
O Papa Bento XVI dedicou sua habitual catequese da audiência geral das quartas-feiras ao salmo 23 (22 na tradição greco-latina), que começa com as palavras “o Senhor é meu pastor: nada me falta”, e recordou que “a proximidade de Deus transforma a realidade, o vale escuro perde todo perigo, se esvazia de toda ameaça.”.
O Papa recordou que neste salmo “se expressa a confiança no Senhor que, como Bom Pastor, guia e protege de todo perigo”.
Falando em espanhol, explicou que “a figura do pastor, e as imagens contidas neste salmo, acompanharam a história e a experiência religiosa do povo do Israel. Entretanto, toda a força evocativa deste salmo é cumprida e chega à sua plenitude com Jesus Cristo”.
“Efetivamente, Ele é o Bom Pastor que sai em busca da ovelha perdida, Ele é o caminho que nos leva à vida, a luz que ilumina o vale escuro e elimina nossos temores. Ele é o anfitrião generoso que nos acolhe e põe a salvo preparando-nos a mesa de seu corpo e seu sangue. Ele é o Pastor-Rei, manso e misericordioso, entronizado sobre a árvore gloriosa da cruz”.
“Este salmo nos convida, pois, a renovar nossa confiança em Deus, abandonando-nos completamente em suas mãos. Peçamos com fé ao Senhor que nos conceda caminhar sempre seguindo seus passos, que nos acolha em sua casa, em torno de sua mesa e nos conduza para as ‘águas tranqüilas’, para que, recebendo o dom de seu Espírito, bebamos da fonte viva que salta até a vida eterna”, acrescentou no resumo da catequese em idioma espanhol.
A catequese
O Papa refletiu com grande detalhe sobre os alcances do salmo 23 e disse que “o salmista expressa sua serena certeza de ser guiado e protegido de todo perigo, porque o Senhor é seu pastor”.
“A imagem conduz a uma atmosfera de confidência, intimidade, ternura: o pastor conhece as suas ovelhinhas uma por uma, as chama pelo nome, e essas o seguem porque o reconhecem e confiam nele. Ele cuida delas, as guarda como bens preciosos, está pronto a defendê-las, a garantir-lhes o bem-estar, a fazê-las viver em tranqüilidade”.
O salmo descreve o oásis de paz ao qual o pastor leva o rebanho, “símbolo dos lugares de vida para os quais o Senhor conduz o salmista”. O Papa recordou que a cena evocada está ambientada em uma terra em grande parte desértica, hostil e o pastor “sabe chegar ao oásis no qual a alma ‘reconforta-se’ e é possível retomar forças e novas energias para voltar a trilhar o caminho”.
“Como diz o Salmista, Deus o conduz em direção aos verdes prados, às águas tranqüilas, onde tudo é abundante, tudo é doado em grande quantidade. Se o Senhor é o pastor, também no deserto, lugar de ausência e de morte, não deixa de existir a certeza de uma radical presença de vida, ao ponto de poder dizer: “nada me falta””.
O pastor adapta seus ritmos e exigências aos do rebanho, ele o conduz por caminhos adequados, atendendo suas necessidades. “Também nós se caminharmos atrás do ‘bom Pastor’, devemos estar seguros de que, por quanto possam parecer difíceis, tortuosos ou largos os caminhos de nossa vida, são os adequados para nós, e o Senhor nos guia e está sempre perto”, acrescentou o Papa.
Por isso, o salmista diz: “Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois estais comigo. Vosso bastão e vosso báculo são o meu amparo”. Bento XVI explicou que o salmista usa para descrever os vales uma expressão hebréia que evoca as trevas da morte. Entretanto, o orante avança sem medo porque sabe que o Senhor o acompanha. “Trata-se de uma proclamação de confiança inabalável e sintetiza a experiência de fé radical, a proximidade de Deus transforma a realidade, o vale escuro perde todo perigo, se esvazia de toda ameaça”.
Esta imagem encerra a primeira parte do Salmo e abre passo a uma cena diferente, dentro da tenda do pastor: “Preparais para mim a mesa, à vista de meus inimigos. Derramais o óleo sobre minha cabeça e meu cálice transborda”.
O Senhor é apresentado agora “como Aquele que acolhe os orantes, com sinais de uma hospitalidade generosa e cheia de cuidados. Mantimentos, azeite, vinho: são dons que fazem viver e dão alegria, porque vão além do que é estritamente necessário e expressam a gratuidade e a abundância do amor”. Enquanto isso, os inimigos observam impotentes, porque “quando Deus abre sua loja para nos acolher, nada pode nos fazer danifico”.
Logo o hóspede continua sua viagem sob o amparo divino. Diz o Salmo: “a vossa bondade e misericórdia hão de seguir-me por todos os dias de minha vida. E habitarei na casa do Senhor por longos dias”. O caminho que deve percorrer o salmista “adquire um novo sentido, e se converte em peregrinação para o Templo do Senhor, o lugar santo onde o orante deseja ‘habitar’ para sempre”. Do mesmo modo, habitar perto de Deus, de sua bondade, é o desejo de todo crente.
Este salmo acompanhou toda a história e a experiência religiosa do povo do Israel, mas somente em Jesus Cristo “a força evocativa de nosso salmo alcança sua plenitude de significado: Jesus é o ‘bom pastor’ que vai em busca da ovelha perdida, que conhece suas ovelhas e dá a vida por elas”.
“Ele é o caminho justo que nos leva à vida, a luz que ilumina o vale escuro e vence todos nossos medos. Ele é o anfitrião generoso que nos acolhe e nos salva dos inimigos, preparando-nos a mesa do seu corpo e do seu sangue e aquela definitiva no Céu. Ele é o Pastor real, rei na mansidão e no perdão, entronizado sobre o madeiro glorioso da cruz”.
Finalmente, o Papa sublinhou que o salmo 23 convida a renovar nossa confiança em Deus, “abandonando-nos totalmente em suas mãos. Peçamos então com fé que o Senhor nos conceda caminhar sempre por seus atalhos, também nos caminhos difíceis de nosso tempo, como rebanho dócil e obediente, acolha-nos em sua casa, em sua mesa, e conduza a ‘águas tranqüilas’ para que, acolhendo o dom de seu Espírito, possamos beber de seus mananciais, fontes da água viva que ‘brota para a vida eterna’”.
Para o homem a fé cristã é sempre um escândalo, afirma o Papa
Em seu discurso às associações católicas comprometidas com a Igreja e a sociedade na Alemanha, o Papa Bento XVI disse que “a fé cristã é para o homem sempre um escândalo, não só em nosso tempo”.
Ontem pela tarde na Konzerthaus de Friburgo, o Santo Padre agradeceu primeiramente o trabalho destas associações e fez uma reflexão sobre o fato que, ante a progressiva secularização da sociedade cada batizado, “cada cristão e a comunidade dos crentes estão chamados a uma conversão contínua”.
Este processo, explicou, deve considerar o “escândalo” da fé já que “acreditar que o Deus eterno se preocupe dos seres humanos, que nos conheça; que o Inexeqüível se converteu em um momento dado em acessível; que o Imortal tenha sofrido e morto na cruz; que tenha prometido aos mortais a ressurreição e a vida eterna; para nós os homens, tudo isto é verdadeiramente uma ousadia”.
Este escândalo, continuou, “que não pode ser suprimido se não quer anular o cristianismo, foi lamentavelmente escurecido recentemente pelos dolorosos escândalos dos anunciadores da fé”.
“Cria-se uma situação perigosa, quando estes escândalos ocupam o posto do skandalon primário da Cruz, fazendo-o assim inacessível; isto é quando escondem a verdadeira exigência cristã atrás da inépcia de seus mensageiros”, acrescentou.
O Papa disse logo que para cumprir com sua missão de anunciar ao mundo o Evangelho de Cristo para a salvação dos homens, é necessário como dizia Paulo VI, que a Igreja “’diferencie-se profundamente do ambiente humano no qual vive e ao qual se aproxima’. Para cumprir sua missão, ela tomará continuamente as distâncias de seu entorno, deve em certa medida ser desmundanizada”.
A Igreja, explicou Bento XVI, existe graças à vontade de Deus que ama todos sem distinção e respeita a liberdade de cada qual para segui-lo ou não, para responder livremente ao seu amor apesar de que “o homem não pode corresponder com nada equivalente”.
“Também a Igreja deve seu ser a este intercâmbio desigual. Não possui nada de autônomo diante d’Aquele que a fundou. Encontra seu sentido exclusivamente no compromisso de ser instrumento de redenção, de impregnar o mundo com a palavra de Deus e de transformá-lo ao introduzi-lo na união de amor com Deus”.
O Pontífice precisou que “a Igreja deve se abrir uma e outra vez às preocupações do mundo e dedicar-se a elas sem reservas, para continuar e fazer presente o intercâmbio sagrado que começou com a Encarnação”.
“No desenvolvimento histórico da Igreja se manifesta, entretanto, também uma tendência contrária, a de uma Igreja que se acomoda a este mundo, chega a ser auto-suficiente e se adapta a seus critérios. Por isso dá uma maior importância à organização e à institucionalização que à sua vocação à abertura”.
Ante esta situação, disse o Papa, e “para corresponder à sua verdadeira tarefa, a Igreja deve uma e outra vez fazer o esforço de separar-se do mundano do mundo. Com isto segue as palavras de Jesus: ‘Não são do mundo, como eu também não sou do mundo’”.
Em um certo sentido, continuou o Papa Bento, “a história vem em ajuda da Igreja através de distintas épocas de secularização que contribuíram de modo essencial à sua purificação e reforma interior”.
“Com efeito, as secularizações –seja que consistam em expropriações de bens da Igreja ou em cancelamento de privilégios ou coisas similares– significaram sempre um profundo desenvolvimento da Igreja, no qual se despojava de sua riqueza terrena ao mesmo tempo em que voltava a abraçar plenamente sua pobreza terrena”.
O Papa destacou assim “os exemplos históricos mostram que o testemunho missionário da Igreja ‘desmundanizada’ resulta mais claro. Liberada de seu fardo material e político, a Igreja pode dedicar-se melhor e verdadeiramente cristã ao mundo inteiro, pode verdadeiramente estar aberta ao mundo. Pode viver novamente com mais soltura sua chamada ao ministério da adoração a Deus e ao serviço do próximo”.
Para obter isto, explicou Bento XVI, é necessário que a Igreja experimente a fé “no hoje vivendo-a totalmente precisamente na sobriedade do hoje, levando-a à sua plena identidade, tirando o que só aparentemente é fé, mas em realidade não são mais que convenções e hábitos”.
O Papa Bento XVI disse logo que “estar abertos às vicissitudes do mundo significa portanto para a Igreja ‘desmundanizada’ testemunhar, segundo o Evangelho, com palavras e obras, aqui e agora, a senhoria do amor de Deus”.
Ao final do seu discurso o Papa disse: “queridos amigos, resta só implorar para todos nós a bênção de Deus e a força do Espírito Santo, para que possamos, cada um em seu próprio campo de ação, reconhecer uma e outra vez e testemunhar o amor de Deus e sua misericórdia”.
As incoerências religiosas
Na parábola dos dois filhos, escutada na proclamação do Evangelho de hoje, somos confrontados com posições muito reais que devemos encarar de frente, pois podemos descobrir nesta parábola nossas próprias incoerências.
Descobrimos três pessoas: um pai e dois filhos. Naturalmente identificamos o pai com Deus; o primeiro filho com Israel, o povo eleito; o segundo com os gentios, os não pertencentes ao povo israelita, mas que se converteram e foram os primeiros a labutar na «vinha».
Na parábola, o pai indica aos filhos que se dediquem ao trabalho da vinha. O primeiro diz que irá trabalhar,mas não vai. O segundo diz que não irá trabalhar, mas depois, vai. E jesus termina perguntando qual dos dois cumpriu a vontade do pai…
A parábola inicialmente pode parecer-nos perturbadora. Todavia, Jesus vem avaliar a nossa franqueza e a nossa lealdade. Ainda hoje Deus continua a ter dois filhos: na Igreja, nas nossas comunidades cristãs, no mundo… subsistem sempre os dois filhos. Uns solicitam o Batismo, dizem «sim», mas, logo, na vida real, o seu «sim» é mudado em muitos «nãos». Porém, existem muitas pessoas que nunca aceitaram claramente a Deus, mas na sua experiência diária amam o irmão, dedicam-se aos outros, praticam desprendidamente a caridade, tem até mesmo em suas vidas u sentido de Deus.
Sob uma fictícia teimosia, pode existir um verdadeiro amor que no instante próprio se exterioriza francamente. No oposto, certas formas de obediência podem constituir apenas desinteresse, por falta de amor autêntico. É o fato das pessoas que pronunciam sempre «sim», porque não são capazes de dizer «não»: verdadeiramente nunca passam das palavras às obras, não sentem necessidade de conversão.
Jesus, como desfecho da parábola, pôs em confrontação a disposição dos filhos do Povo Eleito com a dos pagãos. De igual modo, o profeta Ezequiel – como escutamos na primeira leitura – comparou o modo de julgar do povo israelita com a maneira como Deus procede. Pelo brado do profeta, Deus pretende repreender os esquemas simplistas com que, às vezes, classificamos sem recurso as pessoas, ou as fazemos joguetes das desgraças. Para Deus todo o homem, mesmo grande pecador, tem capacidade de se converter, como também aquele que se acha bom e justo, pode cair. O Senhor conhece-nos bem e espera que empreguemos conscientemente a nossa autonomia.
As palavras do profeta, confirmadas pelas sentenças de Jesus no final da parábola, são palavras fortes, que encerram uma denúncia sempre atual. Devemos pensar séria e autenticamente sobre elas, para ver qual é a nossa forma de agir: se copiamos os que se pensam bons e não fazem nenhuma tentativa por se converterem, ou se respeitosamente nos identificamos pecadores e com mansidão nos convertemos ao Senhor, consoante o apelo de S. Paulo.
A segunda leitura vem fortalecer as duas leituras antecedentes. A comunidade de Filipos era admirável e São Paulo vangloriava-se dela. Mas lá, como também acontece nas nossas melhores comunidades, havia a dificuldade da inveja entre cristãos. Existia quem desejasse distinguir-se, pretendendo ter o encargo de alguma função a seus olhos relevante (a proclamação da Palavra durante as celebrações litúrgicas, a administração dos bens da comunidade, a organização da vida comunitária, a responsabilidade pelos cânticos…). É verdade que aspiravam a tais incumbências para ajudar os irmãos, mas também para afirmação própria, para mandar, para se exibirem. Ou seja, havia algo de podre por baixo da intenção de servir.
São Paulo, que sempre guardara muito afeto pelos Filipenses, pede-lhes que lhe dêem a imensa alegria de conviverem sem interesse, sem espírito de preponderância, mas unidos em efetiva caridade, não pretendendo o próprio proveito, mas o dos outros. O Apóstolo não se apraz em aconselhar: indica o modelo, Jesus Cristo, e pede que nas relações recíprocas procurem retratar a sensibilidade e as maneiras de agir de Jesus.
Tomara que com a reflexão destes textos, escritos há mais de dois mil anos, mas atuais, consigamos corrigir alguma postura menos correta que em nós ainda persista, a fim de sermos verdadeiras testemunhas de Jesus Cristo, presente através de cada um de nós, no mundo de hoje.
O Papa pede às famílias que sejam sinal de esperança na sociedade atual
Em uma mensagem enviada aos mais de 16 mil participantes na 22ª Jornada Mariana da Família no Santuário de Torreciudad em Huesca (na Espanha), o Papa Bento XVI pediu que as famílias sejam “na sociedade atual sinal de esperança”.
Conforme informa a Rádio Vaticano, o Santo Padre se dirigiu assim aos participantes deste evento realizado no fim de semana. Aos esposos e pais de família o Papa alentou a “não retroceder em seu empenho de ser referentes de seus filhos, que precisam descobrir na perseverança e no sentido do dever, o rosto do verdadeiro amor”.
No Santuário que está sob o cuidado do Opus Dei, o Arcebispo de Madrid e Presidente da Conferência Episcopal Espanhola, Cardeal Antonio María Rouco Varela, assinalou que “a vida é uma história muito bela e ao mesmo tempo dramática, na qual será preciso ensinar aos filhos a lutar, a superar-se a si mesmos, a caminhar vencendo as insídias do mal”.
Na homilia da Missa que presidiu, o Cardeal disse que “a vitória consiste na santidade, a verdadeira vocação do homem”.
Por isso animou os fiéis a “confiarem na Virgem, nesse amor terno e maternal e Maria que nunca nos abandona, Mãe de Graça e de Misericórdia”.
O Arcebispo de Madrid destacou às famílias chegadas de distintos pontos da Espanha que “Deus está com o homem de uma forma extraordinariamente próxima, íntima, plena, para que o ser humano possa fazer do caminho de sua vida um caminho de salvação e de glória”.
Finalmente recordou a todos os presentes que “para descobrir essa proximidade é necessário dar um primeiro passo de fé, acreditar em Jesus Cristo “firmes na fé”, como dizia Bento XVI aos jovens há uns dias”.
Dar testemunho jubiloso da verdade do Evangelho, exorta o Papa
O Papa Bento XVI enviou uma mensagem aos católicos do Reino Unido no aniversário de sua visita a esta nação. No texto ele alenta os fiéis a “darem um testemunho jubiloso da verdade do Evangelho”.
Na mensagem assinada pelo Secretário de estado, Cardeal Tarcisio Bertone, o Santo Padre expressou sua gratidão pelas “calorosas boas-vindas” que recebeu na Inglaterra, aonde foi beatificar o Cardeal John Henry Newman.
No domingo celebrou-se na Catedral de Westminster (Londres) uma Missa de ação de graças na qual participaram todos os bispos e os seminaristas locais, assim como alguns representantes anglicanos e do governo.
Em sua mensagem, o Papa expressou sua esperança de que a celebração “sirva como uma nova exortação a responder ao desafio lançado há um ano: dar um testemunho jubiloso da verdade do Evangelho, que liberta as mentes e ilumina os esforços por viver sabiamente e bem na sociedade”.
O Papa animou também os seminaristas “a terem o olhar fixo em Jesus Cristo”, para dedicar-se completamente à formação intelectual e espiritual, e para ser “firmes arautos da nova evangelização”.
O Papa também recordou a beatificação do Cardeal Newman. Naquela ocasião, em 19 de setembro de 2010, Bento XVI explicou que o lema deste sacerdote “cor ad cor loquitur” (o coração fala ao coração), “oferece-nos a perspectiva de sua compreensão da vida cristã como uma chamada à santidade, experimentada como o desejo profundo do coração humano de entrar em comunhão íntima com o Coração de Deus”.
Igrejas cristãs exigem que não seja aprovado o aborto nem o “matrimônio gay” no Chile
Líderes das diferentes confissões cristãs presentes no Chile entregaram esta segunda-feira uma carta às autoridades executivas, legislativas e judiciais, para exortá-las a não aprovar o aborto nem as uniões homossexuais, porque vão contra os valores sobre os quais se fundou o país e que são a base da sociedade.
“Considerando que mais de 85 % da comunidade nacional se declara de convicções cristãs, convidamos nossas autoridades e legisladores a uma séria reflexão a respeito das conseqüências que legislações como as assinaladas podem importar para o futuro do Chile”, expressaram na carta.
Os assinantes disseram que respeitam aqueles que pensam diferente, mas indicaram que isso “não legitima que sejam introduzidas mudanças conceituais drásticas na legislação que afetem as profundas convicções arraigadas em nosso povo”.
“À autoridade corresponde reconhecer que existem princípios e valores imutáveis que alimentaram a alma e os alicerces de nossa nação, cristã desde seus inícios. Quem não os aceite têm todo o direito de fazê-lo, mas a lei é uma ordenação social, moral e ética para todos e não pode impor-se contrariando a natureza das coisas e vulnerando, acreditam, o sentir majoritário do país”, afirmaram.
Do mesmo modo, rechaçaram que o projeto contra a discriminação “use o termo ‘orientação sexual’, um conceito cuja ambigüidade derivou, em outras nações, em uma distorção da sexualidade e das bases da família, assim como em um sério perigo para o exercício de numerosas liberdades, entre outras a religiosa, que são os fundamentos de uma sociedade livre”.
“Tampouco gostaríamos que, em virtude deste pretexto, chegue-se a permitir o matrimônio e a adoção de crianças e jovens por pessoas do mesmo sexo unidas legalmente”, acrescentaram.
Os líderes cristãos pediram a Deus que ilumine as autoridades chilenas e reiteraram seu “chamado fraternal” às autoridades do Poder Executivo, Legislativo e Judicial, para que “compreendam que estas iniciativas de lei, atualmente em estado de tramitação, são atentatórias ao desenvolvimento de valores e instituições fundamentais como a vida, o matrimônio e a família”.
“A saúde ou enfermidade de uma sociedade e de seu Estado se reflete na situação de suas famílias”, afirmaram.
A carta foi assinada pelo Presidente da Conferência Episcopal Chilena, Dom Ricardo Ezzati; e os representantes da Igreja Ortodoxa do Chile, Arcebispo Sergio Abade; Mesa Ampliada de Organizações Evangélicas, Bispo Emiliano Soto; Igreja Anglicana do Chile, Arcebispo Héctor Zavala; Igreja Metodista Pentecostal, Bispo Roberto López; e Igreja Pentecostal Apostólica, Bispo Francisco Anabalón.
A importância de escutar a voz do Senhor
A voz de Deus é a voz do melhor dos pais, é sempre caminho certo de felicidade para seus filhos. Do escutar e seguir essa voz,depende todo o bem-estar humano: paz, alegria, amor, tranquilidade, verdadeiro progresso social, encontro da Verdade! A Palavra de Deus deste Domingo é particularmente importante. Por isso o refrão do Salmo Responsorial nos recomenda: «Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações».
Na primeira leitura, através do Profeta Ezequiel o Senhor nos diz que devemos ser como sentinelas perante nossos irmãos, para os avisar dos possíveis perigos, que podem correr. Não podemos ficar indiferentes perante o mal. Esta atenção é de tal forma importante, que, se não a cumprirmos, diz-nos o Senhor, ficaremos responsáveis pelas desgraças terrenas e eternas dos outros «Eu pedir-te-ei contas da sua morte».
São infelizmente muitos os desvios doutrinais e morais que tão descarada e levianamente se divulgam, ao ponto de serem apresentados, por vezes, quase como virtudes. Perante tal descalabro ninguém poderá ficar indiferente. Os mandamentos do Senhor, que são sempre caminhos de felicidade, não mudaram. É urgente anunciar as leis santas do matrimônio, a fidelidade e castidade conjugal, a virgindade até ao casamento e denunciar os enganos que são os divórcios, a aberração das «uniões de fato» e «casamentos» homossexuais, o crime hediondo do aborto, o uso e divulgação dos mais variados anticonceptivos, mesmo junto da juventude a pretexto de uma educação sexual que, em tais circunstâncias, não existe; a pouca generosidade na aceitação dos filhos, a falta de uma educação integral de tantas crianças, o pouco e por vezes nenhum amor que se dá aos filhos, a leviandade no vestir com modas indecorosas, os namoros transformados em “ficar”, onde reina o puro abuso de um pelo outro, a literatura e filmes imorais, a tão pouca atenção dada aos verdadeiros valores, as injustiças sociais por parte de patrões e operários, tanto tempo perdido, quando o Senhor, que tudo possui, não nos engana e é nosso Amigo, nos manda «procurar em primeiro lugar o Reino de Deus e Sua justiça, que tudo o mais nos será dado por acréscimo», etc.
«A caridade é o pleno cumprimento da lei», nos lembra S. Paulo na segunda Leitura da Missa de hoje. Se não podemos ficar indiferentes perante os muitos caminhos errados que os nossos irmãos podem correr, também é certo que toda a nossa ação apostólica deverá ser exercida com muita caridade, persistência, coragem e compreensão. Sempre sem juízos precipitados. Nunca temos direito de julgar seja quem for. Os desvios por outros praticados, também poderiam ser nossos, se não tivéssemos recebido as graças que Deus, na Sua Bondade infinita, nos concedeu. Só Ele nos poderá verdadeiramente julgar.
Foi com muita bondade que Jesus falou com a Samaritana, com Zaqueu, com a mulher adúltera e tantos outros pecadores. Ele mesmo nos apresenta no Evangelho de hoje os cuidados que devemos ter nesta abordagem: primeiro falar a sós com o irmão, depois, se o primeiro encontro não resultar, levar outro para ajudar, no diálogo, e só finalmente o comunicar à Igreja.
Todos estes passos devem ser precedidos de muita oração. À oração nos convida também Jesus na parte final do Evangelho de hoje «se dois de vós se unirem na terra para pedirem qualquer coisa, ser-lhes-á concedido por meu Pai que está nos Céus. Na verdade, onde estão dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles». Verdadeiramente a crise do mundo «é crise de santos», isto é, de quem se sacrifique e ore por si pelos outros.
Como é rica e particularmente importante a Palavra do Senhor deste Domingo! Vamos guardá-la e transformá-la em vida. Temos, com certeza, muitos irmãos que esperam, sem saber, a nossa ajuda amiga, para a descoberta do verdadeiro sentido de suas vidas. «Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações».
Pregador do Papa: «Não se deve banalizar a tragédia da prostituição»
ROMA, sexta-feira, 26 de setembro de 2008 (ZENIT.org).- Publicamos o comentário do Pe. Raniero Cantalamessa, OFM Cap. – pregador da Casa Pontifícia – sobre a Liturgia da Palavra do próximo domingo, 28 de setembro.
XXVI Domingo do Tempo Comum
Ezequiel 18, 25-28; Filipenses 2, 1-11; Mateus 21, 28-32
«As prostitutas vos precederão no Reino dos céus»
«Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe: – Meu filho, vai trabalhar hoje na vinha. Respondeu ele: – Não quero. Mas, em seguida, tocado de arrependimento, foi. Dirigindo-se depois ao outro, disse-lhe a mesma coisa. O filho respondeu: – Sim, pai! Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? O primeiro, responderam-lhe.».
O filho da parábola que diz «sim» mas não faz representa aqueles que conheciam Deus e seguiam sua lei, mas depois, em sua atuação prática, quando se tratava de acolher Cristo, que era «o fim da lei», deram um passo atrás. O filho que diz «não» e faz representa aqueles que antes viviam fora da lei e da vontade de Deus, mas depois, com Jesus, se arrependeram e acolheram o Evangelho. Daqui a conclusão que Jesus põe diante «dos príncipes dos sacerdotes e dos anciãos do povo»: «Em verdade vos digo que os publicanos e as prostitutas vos precederão no Reino de Deus».
Nenhuma frase de Cristo foi mais manipulada que esta. Acabaram criando às vezes uma espécie de aura evangélica em torno da categoria das prostitutas, idealizando-as e opondo-as a todos os demais, indistintamente, escribas e fariseus hipócritas. A literatura está cheia de prostitutas «boas». Basta pensar na Traviata, de Verdi, ou na humilde Sonia de Crime e castigo, de Dostoiévski!
Mas isso é um terrível mal-entendido. Jesus apresenta um caso limite, como se estivesse dizendo: «inclusive as prostitutas – e é muito dizer – vos precederão no Reino de Deus». A prostituição é vista com toda sua seriedade, e tomada como termo de comparação para estabelecer a gravidade do pecado de quem rejeita obstinadamente a verdade.
É preciso perceber também que idealizando a categoria das prostitutas se costuma idealizar também a dos publicanos, que sempre a acompanha no Evangelho. Se Jesus aproxima estas duas categorias não é sem um motivo: ambos puseram o dinheiro acima de tudo na vida.
Seria trágico se esta palavra do Evangelho fizesse que os cristãos perdessem o empenho por combater o fenômeno degradante da prostituição, que assumiu hoje proporções alarmantes em nossas cidades. Jesus sentia muito respeito pela mulher para não sofrer, ele em primeiro lugar, pelo que esta chega a ser quando se reduz a esta situação. É por isso que ele valoriza a prostituição não por sua forma de viver, mas por sua capacidade de mudar e de pôr ao serviço do bem sua própria capacidade de amar. Como Madalena que, após converter-se, seguiu Cristo até a cruz e se converteu na primeira testemunha da ressurreição (supondo que foi uma delas).
O que Jesus queria dizer com essa palavra aparece claramente no final: os publicanos e as prostitutas se converteram com a pregação de João o Batista; os príncipes dos sacerdotes e dos anciãos não. O Evangelho não nos impulsiona portanto a promover campanhas moralizadoras contra as prostitutas, mas tampouco a não levar a sério este fenômeno, como se não tivesse importância.
Hoje, por outro lado, a prostituição se apresenta sob uma forma nova, pois consegue produzir muito dinheiro sem nem sequer correr os tremendos riscos que sempre correram as pobres mulheres condenadas à rua. Esta forma consiste em vender o próprio corpo, ficando tranqüilamente na frente de uma máquina fotográfica ou uma câmera de vídeo, sob a luz dos refletores. O que a mulher faz quando se submete à pornografia e a certos excessos da publicidade é vender seu próprio corpo aos olhares. É prostituição pura e dura, e pior que a tradicional, porque se impõe publicamente e não respeita a liberdade nem os sentimentos das pessoas.
Mas feita esta necessária denúncia, trairíamos o espírito do Evangelho se não destacássemos também a esperança que esta palavra de Cristo oferece às mulheres que, por diversas circunstâncias da vida (com freqüência por desespero), se encontram na rua, a maioria das vezes, vítimas de exploradores sem escrúpulos. O Evangelho é «evangelho», ou seja, boa notícia, notícia de resgate, de esperança, também para as prostitutas. E mais, antes de tudo para elas. Jesus quis que fosse assim.
Compromisso dos Cônjuges
Mateus (2,13-15.19-23)
Depois dos Magos se retirarem, o Anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e lhe disse: “Levanta-te, toma contigo a criança e sua mãe e foge para o Egito; e permanece ali até que eu te diga. Porque Herodes vai buscar a criança para matá-la”. José se levantou, tomou de noite a criança e sua mãe, e se retirou ao Egito; e esteve ali até a morte de Herodes; para que se cumprisse o oráculo do Senhor, por meio do profeta: “Do Egito chamei meu filho”.
No domingo depois do Natal celebra-se a festa da Sagrada Família: Jesus, Maria e José. Na segunda leitura, São Paulo disse: “Mulheres, sede submissas a vossos maridos, como convém no Senhor. Maridos, amai vossas mulheres, e não sede ásperos com elas. Filhos, obedecei vossos pais, porque isto é do agrado de Deus no Senhor. Pais, não exasperai vossos filhos, não seja que se desalentem”. Neste texto, apresentam-se as duas relações fundamentais que constituem a família: a relação mulher-marido, e pais-filhos.
Das duas relações, a mais importante é a primeira, a relação de casal, porque dela depende em grande parte também a segunda, aquela com os filhos.
Lendo com olhos modernos as palavras de São Paulo, salta imediatamente uma dificuldade. São Paulo recomenda ao marido “amar” a própria mulher (e isto está bem), mas logo recomenda à mulher que seja «submissa» ao marido, e isto, em uma sociedade fortemente (e justamente) consciente da igualdade dos sexos, parece inaceitável. Sobre este ponto, São Paulo está, ao menos em parte, condicionado pela mentalidade de seu tempo. No entanto, a solução não está em eliminar das relações entre marido e mulher a palavra “submissão”, está em todo caso em fazê-la recíproca, como recíproco deve ser também o amor.
Em outras palavras, não só o marido deve amar a mulher, mas também a mulher o marido; não só a mulher deve estar submetida ao marido, mas o marido à mulher. A submissão não é então senão um aspecto e uma exigência do amor. Para quem ama, submeter-se ao objeto do próprio amor não humilha, ao contrário, faz feliz.
Submeter-se significa, neste caso, ter em conta a vontade do cônjuge, seu parecer e sua sensibilidade…
Dialogar, não decidir por si só; saber às vezes renunciar o próprio ponto de vista. Enfim, lembrar-se de que se converteram em “cônjuges”, isto é, literalmente, pessoas que estão debaixo do mesmo jugo. A Bíblia situa uma relação estreita entre o estar criados à “imagem de Deus” e o fato de ser “homem e mulher” (Cf. Gn 1,27). A semelhança consiste nisso. Deus é único e sozinho, mas não solitário. O amor exige comunhão, intercâmbio pessoal; requer que haja um «eu» e um “tu”. Por isso o Deus cristão é uno e trino. Nele coexistem unidade e distinção: unidade de natureza, de vontade, de intenção, e distinção de características e de pessoas.
Precisamente nisso o casal humano é imagem de Deus, reflexo da Trindade. Marido e mulher são de fato uma só carne, um só coração, uma só alma, ainda na diversidade de sexo e de personalidade. Os esposos estão de frente, o um ao outro, como um “eu” e um “tu”, e estão frente a todo o resto do mundo, começando pelos próprios filhos, como um “nós”, como se se tratasse de uma só pessoa, mas já não singular, senão plural. “Nós”, isto é, “tua mãe e eu”, “teu pai e eu”. Assim falou Maria a Jesus depois de encontrá-lo no templo.
Bem sabemos que este é o ideal e que, como em todas as coisas, a realidade é freqüentemente diferente, mais humilde e mais complexa, às vezes até trágica. Mas estamos tão bombardeados de casos de fracasso que talvez, por uma vez, não está mal voltar a propor o ideal do casal, primeiro no plano natural e humano, e depois no cristão.
Os jovens têm direito a ver que se lhes transmite, pelos mais velhos, ideais e não só ceticismo. Nada tem a força da atração que o ideal possui.
Bento XVI: «Deus não fracassa»
Os textos escutados a Leitura, o Salmo responsorial e o Evangelho têm um tema comum que poderia ser resumido na frase: Deus não falha. Ou mais exactamente: no início Deus falha sempre, deixa existir a liberdade do homem, e esta diz continuamente “não”. Mas a fantasia de Deus, a força criadora do seu amor é maior do que o “não” humano. Com cada “não” humano é acrescentada uma nova dimensão do seu amor, e Ele encontra um caminho novo, maior, para realizar o seu sim ao homem, à sua história e à criação. No grande hino a Cristo da Carta aos Filipenses com o qual iniciámos, ouvimos antes de tudo uma alusão à história de Adão, o qual não estava satisfeito com a amizade de Deus; era demasiado pouco para ele, pretendendo ele mesmo ser um deus. Considerou a amizade uma dependência e considera-se um deus, como se ele pudesse existir por si só. Por isso, disse “não” para se tornar ele mesmo um deus, e precisamente desta forma se deixou cair da sua altura. Deus “falha” em Adão e assim aparentemente ao longo de toda a história. Mas Deus não falha, porque agora ele mesmo se torna homem e recomeça assim uma nova humanidade; enraíza o ser homem de modo irrevogável e desce aos abismos mais profundos do ser homem; abaixa-se até à cruz. Vence a soberba com a humildade e com a obediência da cruz.
E assim acontece agora o que Isaías, cap. 45, tinha profetizado. Na época em que Israel estava no exílio e tinha desaparecido do mapa, o profeta tinha dito que o mundo inteiro “todos os joelhos” se teriam dobrado diante deste Deus impotente. E a Carta aos Filipenses o confirma: agora isto aconteceu. Por meio da cruz de Cristo, Deus aproximou-se das nações, saiu de Israel e tornou-se o Deus do mundo. E agora o mundo dobra os joelhos diante de Jesus Cristo, o que também nós podemos experimentar hoje de maneira maravilhosa: em todos os continentes, até às cabanas mais humildes, o Crucificado está presente. O Deus que tinha “falhado”, agora, através do seu amor, leva deveras o homem a dobrar os joelhos, e assim vence o mundo com o seu amor.
Como Salmo responsorial cantámos a segunda parte do Salmo da paixão 21/22. É o salmo do justo sofredor, antes de tudo de Israel sofredor e, diante de Deus mudo que o abandonou, grita: “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste? Como pudeste esquecer-te de mim? Agora quase já não existo. Tu já não ages, já não falas… Por que me abandonaste?”. Jesus identifica-se com Israel sofredor, com os justos sofredores de todos os tempos abandonados por Deus, e leva o grito do abandono de Deus, o sofrimento por ser esquecido leva-o até ao coração do próprio Deus, e assim transforma o mundo. A segunda parte do Salmo, a que recitámos, diz-nos o que disso deriva: os pobres comerão e serão saciados. É a eucaristia universal que provém da cruz.
Agora Deus sacia os homens em todo o mundo, os pobres que precisam dele. Dá-lhes a abundância de que precisam: doa Deus, doa-se a si mesmo. E depois o Salmo diz: “Hão-de lembrar-se do Senhor e voltar para Ele todos os confins da terra”. Da cruz deriva a Igreja universal. Deus vai além do hebraísmo e abraça o mundo inteiro para o unir no banquete dos pobres.
E, por fim, a mensagem do Evangelho. De novo o falimento de Deus. Os primeiros a serem convidados recusam, não vêm. A sala de Deus permanece vazia, o banquete parece ter sido preparado em vão. É o que Jesus experimenta na fase final da sua actividade: os grupos oficiais, autorizados dizem “não” ao convite de Deus, que é Ele próprio. Não vêm. A sua mensagem, a sua chamada termina com o “não” dos homens. Mas aqui também: Deus não falha. A sala vazia torna-se uma oportunidade para chamar um número maior de pessoas. O amor de Deus, o convite de Deus alarga-se Lucas narra-nos isto em duas fases: primeiro, o convite é feito aos pobres, aos abandonados, aos que não estão convidados por ninguém na mesma cidade.
Desta forma Deus faz o que ouvimos no Evangelho de ontem (O Evangelho de hoje faz parte de um pequeno simpósio no âmbito de uma ceia em casa de um fariseu. Encontramos quatro textos: primeiro a cura do hidrópico, depois a palavra sobre os últimos lugares, a seguir o ensinamento de não convidar os amigos que retribuiriam tal gesto, mas os que verdadeiramente têm fome, mas que não podem retribuir o convite, e depois, precisamente, segue a nossa narração). Agora Deus faz o que disse ao fariseu: Ele convida os que nada possuem; que têm verdadeiramente fome, que não o podem convidar, que nada lhe podem dar. E depois acontece a segunda fase. Sai para fora da cidade, pelas estradas do campo; estão convidados os desabrigados. Pudemos supor que Lucas tenha compreendido estas duas fases no sentido de que os primeiros a entrar na sala foram os pobres de Israel e depois dado que não são suficientes, sendo o ambiente de Deus maior o convite alarga-se para fora da Cidade Santa, ao mundo dos gentios.
Os que não pertencem a Deus, que estão fora, agora são convidados para encher a sala. E Lucas que nos transmitiu este Evangelho, viu certamente nisto a representação antecipada rica de imagens dos acontecimentos que depois narra nos Actos dos Apóstolos, precisamente onde isto acontece: Paulo começa a sua missão sempre na sinagoga, pelos que foram convidados primeiro, e só quando estas pessoas recusaram e permaneceu apenas um pequeno grupo de pobres, ele vai em direcção aos pagãos. Assim o Evangelho, através deste percurso de crucifixão sempre novo, torna-se universal, abraça a totalidade, finalmente até Roma. Em Roma Paulo chama a si os chefes da sinagoga, anuncia-lhes o mistério de Jesus Cristo, o Reino de Deus na Sua pessoa. Mas estes se recusaram, e ele despede-se deles com estas palavras: Pois bem, visto que não ouvis, esta mensagem será anunciada aos pagãos e eles ouvi-la-ão. Com esta confiança conclui-se a mensagem de falimento: Eles ouvirão; a Igreja dos pagãos formar-se-á. Formou-se e continua a formar-se. Durante as visitas ad limina ouço falar de muitas coisas graves e difíceis, mas sempre precisamente do Terceiro Mundo ouço também isto: que os homens ouvem, que eles vêm, que também hoje a mensagem vai pelas estradas até aos confins da terra e que os homens afluem para a sala de Deus, para o seu banquete.
Portanto, deveríamos perguntar: Que significa tudo isto para nós? Antes de tudo significa uma certeza: Deus não falha. “Falha” continuamente, mas precisamente por isso não falha, porque disso surgem novas oportunidades de misericórdia maior, e a sua fantasia é inexaurível. Não falha porque encontra sempre novas formas para alcançar os homens e para abrir mais a sua grande casa, para que se encha totalmente. Não falha porque não se subtrai à perspectiva de solicitar os homens para que venham sentar-se à sua mesa, para receber o alimento dos pobres, no qual é oferecido o dom precioso, o próprio Deus. Deus não falha, nem sequer hoje. Mesmo se experimentamos tantos “não”, disso podemos ter a certeza. De toda esta história de Deus, a partir de Adão, podemos concluir: Ele não falha. Também hoje encontrará novos caminhos para chamar os homens e quer-nos ter consigo como seus mensageiros e servos.
Precisamente no nosso tempo conhecemos muito bem o “dizer não” de quantos foram convidados primeiro. De facto, a cristandade ocidental, isto é, os novos “primeiros convidados”, agora em grande parte se recusam, não têm tempo para se encontrar com o Senhor. Conhecemos as igrejas que se tornam cada vez mais vazias; conhecemos todas as formas nas quais se apresenta este “não, tenho coisas mais importantes para fazer”. E assusta-nos e perturba-nos ser testemunhas deste desculpar-se e recusar-se dos primeiros convidados, que na realidade deveriam conhecer a grandeza do convite e deveriam sentir-se atraídos por ele. Como nos devemos comportar?
Em primeiro lugar devemos fazer a pergunta: por que acontece precisamente assim? Na sua parábola o Senhor menciona dois motivos: a posse e as relações humanas, que envolvem totalmente as pessoas, a ponto de pensarem que já não precisam de mais nada para encher totalmente o seu tempo e, por conseguinte, a sua existência interior. São Gregório Magno na sua exposição deste texto procurou analisar mais profundamente e perguntou: mas como é possível que um homem diga “não” ao que há de maior; que não tenha tempo para o que é mais importante; que feche em si mesmo a própria existência? E responde: Na realidade, nunca fizeram a experiência de Deus; nunca tiveram “gosto” de Deus; nunca experimentaram como é bom ser “atingidos” por Deus! Falta-lhes este “contacto” e com ele o “gosto de Deus”. E só se nós, por assim dizer, o experimentarmos, só então vamos ao banquete. São Gregório cita o Salmo, do qual é tirada a hodierna Antífona da Comunhão: saboreai, provai e vereis; provai e então vereis e sereis iluminados!
A nossa tarefa é contribuir para que as pessoas possam provar, para que possam sentir de novo o gosto de Deus. Noutra homilia São Gregório Magno aprofundou ulteriormente a mesma questão, e interrogou-se: Como é possível que o homem nem sequer queira “provar” Deus? E responde: Quando o homem está totalmente absorvido pelo seu mundo, pelas coisas materiais, com aquilo que pode fazer, com tudo o que é realizável e que lhe confere sucesso, com tudo o que pode produzir ou compreender por si, a sua capacidade de percepção em relação a Deus enfraquece-se, os sentidos dirigidos a Deus debilitam-se, tornam-se incapazes de compreender e sentir. Ele já não percebe o Divino, porque os sentidos correspondentes nele tornaram-se áridos, não se desenvolveram mais. Quando usa demasiado as demais percepções, as empíricas, então pode acontecer que precisamente o sentido de Deus se esvaneça; que este sentido morra; e que o homem, como diz São Gregório, deixe de compreender o olhar de Deus, o ser olhado por Ele esta preciosidade que é o facto de que o seu olhar me alcance! Penso que São Gregório Magno tenha descrito exactamente a situação do nosso tempo de facto, era uma época muito semelhante à nossa.
E ainda surge a pergunta: como nos devemos comportar? Penso que a primeira coisa seja fazer o que o Senhor nos diz hoje na Primeira Leitura e que São Paulo nos grita em nome de Deus: “Tende os mesmos sentimentos de Jesus Cristo! Touto phroneite en hymin ho kai en Christo Iesou”. Aprendei a pensar como Cristo pensou, aprendei a pensar com Ele! E este pensar não é só o do intelecto, mas também um pensar do coração. Nós aprendemos os sentimentos de Jesus Cristo quando aprendemos a pensar com Ele e portanto, quando aprendemos a pensar também no seu falimento e no seu superar o falimento, ao aumentar-se do seu amor no falimento.
Se considerarmos estes seus sentimentos, se começarmos a exercitar-nos a pensar como Ele e com Ele, então desperta em nós a alegria para com Deus, a confiança em que Ele é sempre o mais forte; sim, podemos dizer, desperta em nós o amor por Ele. Sentimos como é bom que Ele exista e que podemos conhecê-lo que o conhecemos no rosto de Jesus Cristo, que sofreu por nós. Penso que esta seja a primeira coisa: que nós próprios entremos num contacto vivo com Deus com o Senhor Jesus, o Deus vivo; que em nós se fortaleçam os sentidos dirigidos a Deus; que tenhamos em nós próprios a percepção da sua excelência. Isto anima também o nosso agir; porque também nós corremos um perigo: podemos fazer muito, quer no campo eclesiástico, tudo para Deus…, quer no que permanece totalmente junto de nós próprios, sem encontrar Deus. O compromisso substitui a fé, mas depois esvazia-se interiormente.
Considero, portanto, que deveríamos comprometer-nos sobretudo: na escuta do Senhor, na oração, na participação íntima dos sacramentos, em aprender os sentimentos de Deus no rosto e nos sofrimentos dos homens, para desta forma sermos contagiados pela sua alegria, pelo seu zelo, pelo seu amor e para ver com Ele, e partindo d’Ele, ver o mundo. Se conseguirmos fazer isto, então até entre os muitos “não” encontramos de novo os homens que O esperam e que com frequência talvez sejam excêntricos a parábola di-lo claramente mas que contudo são chamados a entrar na sua sala.
Mais uma vez, com outras palavras: trata-se da centralidade de Deus, e precisamente não de um deus qualquer, mas do Deus que tem o rosto de Jesus Cristo. Isto é importante hoje. Há tantos problemas que podem ser elencados, que devem ser resolvidos, mas que todos nunca são resolvidos se Deus não for colocado no centro, se Deus não se torna de novo visível no mundo, se não se torna determinante na nossa vida e se não entra também através de nós de maneira determinante no mundo. Neste aspecto, penso, hoje decide-se o destino do mundo nesta situação dramática: se Deus o Deus de Jesus Cristo existe e é reconhecido como tal, ou se desaparece. Nós preocupamo-nos por que esteja presente.
Que devemos fazer? Em última análise? Dirigimo-nos a Ele! Nós celebramos esta Missa votiva do Espírito Santo, invocando-O: “Lava quod est sordidum, riga quod est aridum, sana quod est saucium. Flecte quod est rigidum, fove quod est frigidum, rege quod est devium”. Invoquemo-l’O para que irrigue, aqueça, endireite, para que nos preencha com a força da sua sagrada chama e renove a terra. Por isto o imploramos de coração neste momento, nestes dias.
Amém.
O Papa pede a cristãos não esconder seus dons sob “manto de preconceitos”
(ACI).- Ao presidir a oração do Ângelus dominical, o Papa Bento XVI refletiu sobre a parábola dos talentos do Evangelho dominical de hoje e precisou que os cristãos não podem esconder os dons recebidos de Deus sob um manto de preconceitos.
O Papa lembrou que o homem da parábola representa ao próprio Jesus Cristo, e os servos, são os discípulos, enquanto que os talentos, são os dons que Jesus lhes confia. “Esses dons além da qualidade natural, representam as riquezas que o Senhor Jesus nos deixou em herança: sua Palavra, o Batismo, a oração, e seu perdão. Em uma palavra: o Reino de Deus, que é Ele mesmo, presente e vivo entre nós”, indicou.
Também explicou que a atitude equivocada é a do medo. “O servo que tem medo de seu patrão e teme a volta, esconde a moeda clandestinamente não produzindo nenhum fruto”, assinalou.
“Isto acontece, por exemplo, a quem tendo recebido o Batismo, a Comunhão e a Confirmação, enterra depois tais dons sob um manto de preconceitos, sob uma falsa imagem de Deus que paralisa a fé e as obras, chegando a trair as expectativas do Senhor”, advertiu.
“Sim, o que Cristo nos doou se multiplica doando-o! É um tesouro nascido para ser utilizado, investido, compartilhado com todos, como nos ensina esse grande administrador de talentos de Jesus que foi o apóstolo Paulo”, manifestou.
Este ensinamento que nos oferece o evangelho de hoje, aparece refletido no plano histórico-social, promovendo nas populações cristãs uma mentalidade ativa e empresarial lembrando que sempre prevalece a mensagem central que tem que ver com o espírito de responsabilidade com o que terá que acolher o Reino de Deus: “responsabilidade para Deus e para a humanidade”.
Depois da oração do Ângelus e o responso pelos fiéis defuntos, Bento XVI lembrou que o próximo 21 de novembro –memória litúrgica da Apresentação da María Santíssima ao Templo- celebra-se a Jornada pró Orantibus para as comunidades religiosas de clausura. “Agradeço ao Senhor pelos irmãos e irmãs que abraçaram esta missão dedicando-se totalmente à oração vivendo de quanto recebem da Providência. Oremos por eles e pelas novas vocações, e comprometamo-nos em ajudar aos monastérios em suas necessidades materiais. Queridos irmãos e irmãs, sua presença na Igreja e no mundo é indispensável”, indicou.
Bento XVI também lembrou aos que faleceram em acidentes de tráfico, pedindo a oração para as vítimas e seus familiares.